Neste artigo falaremos sobre a Meditação da Paixão de Nosso Senhor, e os Frutos que Ele nos alcançou por ela.
Após a exposição destas verdades [que já vimos aqui], o pároco procurará desenvolver, a propósito da Paixão e Morte de Cristo, algumas reflexões apropriadas, pelas quais os fiéis consigam, senão compreender, ao menos meditar a profundeza de tão grande Mistério.
Para essa meditação da Paixão de Nosso Senhor, o Catecismo indica alguns pontos principais:
1. Quem Sofre? Em primeiro lugar, devem considerar quem é Aquele que suporta todos esses sofrimentos. Realmente, não temos palavras para explicar Sua dignidade, nem inteligência capaz de compreendê-la.
1. Quem Sofre? Em primeiro lugar, devem considerar quem é Aquele que suporta todos esses sofrimentos. Realmente, não temos palavras para explicar Sua dignidade, nem inteligência capaz de compreendê-la.
a) o Herdeiro do Universo São João diz ser o “Verbo que estava com Deus” (Jo 1,1). O Apóstolo designa-O, em linguagem sublime, como sendo Aquele “a quem Deus constituiu Herdeiro do Universo, e pelo qual criou também os séculos; o qual é o resplendor de Sua glória e a imagem de
Sua essência; O qual sustenta o Universo com o poder de Sua palavra” (Hb 1,2-3). É Aquele que, “depois de dar resgate pelos pecados, está sentado à direita da Majestade nas alturas” (Hb 1,2-3).
Sua essência; O qual sustenta o Universo com o poder de Sua palavra” (Hb 1,2-3). É Aquele que, “depois de dar resgate pelos pecados, está sentado à direita da Majestade nas alturas” (Hb 1,2-3).
b) o Criador e Sustentador do mundo Para dizer tudo numa só palavra, quem sofre é Jesus Cristo, Deus e Homem ao mesmo tempo. Sofre o Criador pelas suas criaturas. Sofre o Senhor pelos Seus escravos. Sofre Aquele que criou os Anjos, os homens, os céus e os elementos da natureza. Aquele, afinal, “em quem, por quem, e de quem subsistem todas as coisas” (Rm 11,36).
Aplicação Se Cristo se contorcia, aos golpes de tantos tormentos, que muito se abalasse também toda a máquina do mundo, como diz a Escritura: “A terra tremeu, e partiram-se os rochedos” (Mt 27,51); “toda a terra se cobriu de escuridão, e o sol perdeu sua claridade?” (Lc 23, 44-45). Ora, se até as criaturas mudas e insensíveis prantearam o sofrimento de Seu Criador, reconheçam os fiéis com que lágrimas devem exprimir a sua própria dor, eles que são “pedras vivas deste edifício” (1 Pd 2,5).
2. Por que sofre?
a) pelo pecado original Em seguida, é preciso também explicar os motivos da Paixão, para que melhor apareça a grandeza e intensidade do amor de Deus para conosco.
Quem quiser saber por que razão o Filho de Deus Se sujeitou ao mais cruel dos sofrimentos, verá que, além da culpa hereditária de nossos primeiros Pais, a causa principal são os vícios e pecados que os homens cometeram, desde a origem do mundo até a presente data, e os que hão de cometer futuramente, até a consumação dos séculos.
b) pelos crimes de todas as gerações Pela Sua Paixão e Morte, o Filho de Deus e Salvador nosso tinha em mira resgatar e destruir os pecados de todas as gerações, e por eles oferecer ao Eterno Padre uma satisfação completa e exuberante.
3. Quem faz sofrer?
a) Os pecadores comuns Sobe de ponto a sublimidade de Sua Paixão, não só porque Cristo sofreu pelos pecadores, mas porque os próprios pecadores foram também autores e instrumentos de todas as penas, pelas quais teve de passar.
Lembra-nos o Apóstolo esta circunstância, quando escreve aos Hebreus: “Considerai Aquele que dos pecadores sofreu tanta contradição contra Si mesmo. Assim não desanimareis em vossas fadigas” (Hb 12,3)
b) os consuetudinários Devem julgar-se responsáveis de tal culpa todos aqueles que continuam a reincidir muitas vezes em pecados. Já que nossos pecados arrastaram Cristo Nosso Senhor ao suplício da Cruz, todos os que chafurdam em vícios e pecados, fazem de sua parte quanto podem, para de novo crucificar “em si mesmos o Filho de Deus, e cobri-l'O de escárnios” (Hb 6,6).
c) os cristãos pecadores Tal crime assume em nós um caráter mais grave, do que no caso dos Judeus; porquanto estes, no sentir do Apóstolo, “nunca teriam crucificado o Senhor da glória, se [como tal] O tivessem conhecido” (1 Cor 2,8). Nós, porém, que [de boca] afirmamos conhecê-lO, nem por isso deixamos, por assim dizer, de levantar as mãos contra Ele, todas vez que O negamos em nossas obras.
4. Por quem foi entregue?
Pelo Pai e por Si mesmo Pela doutrina da Sagrada Escritura, Cristo foi entregue não só pelo Padre, mas também por Si mesmo.
Deus Padre diz pela boca do profeta Isaías: “Eu O feri, por causa da maldade do Meu povo” (Is 53,8). E pouco antes, ao contemplar, por inspiração do Espírito Santo, o Senhor coberto de chagas e feridas, o mesmo Profeta havia declarado: “Todos nós nos desgarramos à maneira de ovelhas. Cada qual se extraviou para seu caminho [errado]. E o Senhor descarregou, sobre Ele, a iniquidade de todos nós” (Is 53,6).
Do Filho, porém, está escrito: “Quando tiver sacrificado Sua vida pelo pecado, verá uma longa posteridade” (Is 53,10).
O Apóstolo confirma esta verdade em termos mais incisivos. Ao mesmo tempo que nos queria mostrar quanto podíamos esperar da imensa misericórdia e bondade de Deus. Diz ele: “Não poupou nem ao Seu próprio Filho, mas entregou-O por todos nós. Como não nos teria dado todas as coisas juntamente com Ele?” (Rm 8,32).
5. O que sofre?
(O prelúdio do Horto) A seguir, o pároco deve explicar como foram cruéis as dores da Paixão. De per si, bastaria levar em conta o suor que, do Corpo do Senhor, “corria até a terra em gotas de sangue” (Lc 22,44), quando Ele se pôs a considerar os horrorosos tormentos que pouco depois haveria de sofrer.
Desse fato, cada um de nós já pode compreender como aquela dor atingia o máximo grau de intensidade. Ora, se refletindo apenas nos males que O ameaçavam, Jesus Se tomou de tanta angústia, como se vê pelo suor de sangue, que não terá sido [para Ele] a Paixão propriamente dita? Não resta a menor dúvida de que Cristo Nosso Senhor realmente curtiu as maiores dores tanto no corpo, como na alma.
Dores máximas:
a) no Corpo... Em primeiro lugar, não houve parte do corpo que não sentisse dores extremas. As mãos e os pés, ei-los fixados com pregos no lenho da Cruz; a cabeça, ei-la ponteada de espinhos e ferida com uma cana; o rosto, ei-lo desfeito de escarros e moído de pancadas; o corpo todo, ei-lo enfim derreado de açoites.
quanto aos algozes... De mais a mais, homens de todas as raças e condições “conspiraram contra o Senhor e contra o Seu Ungido” (Sl 2,2). Eram gentios e judeus os que instigaram, promoveram, e executaram a Paixão de Cristo. Judas traiu-O, Pedro renegou-O, todos os outros Discípulos O abandonaram.
quanto à cruz... Na própria Cruz, que havemos de lamentar mais ao vivo? a crueza das dores, a afronta do pelourinho, ou ambas as coisas ao mesmo tempo?
Não se podia realmente inventar outro gênero de morte que superasse a crucifixão, quer em ignomínia, quer em crueldade. Era costume infligi-lo aos maiores perversos e criminosos. A lentidão da agonia [na Cruz] tornava mais aguda a sensação das dores e torturas que, de per si, já eram sobremaneira violentas.
quanto à compleição de Seu corpo... O que fazia acrescer ainda o ardor das penas, era a própria compleição do corpo de Jesus Cristo. Formado pela virtude do Espírita Santo, era muito mais perfeito e delicado do que o pode ser jamais o organismo dos outros homens. Tinha, portanto, maior sensibilidade; sofria mais vivamente todas as grandes torturas.
b) na alma:
O maior martírio Quanto à dor íntima da alma, ninguém pode contestar que Cristo a sentiu em sumo grau de intensidade. Aos Santos, que padeciam dores e tormentos, Deus nunca lhes recusou consolações espirituais, para que pudessem arrostar inabaláveis a violência do martírio.
Muitos houve, entre eles, que até exultavam de íntima satisfação. De si mesmo dizia o Apóstolo: “Regozijo-me em tudo quanto devo sofrer por vós; e na minha carne completo o que falta aos sofrimentos de Cristo, a bem de Seu corpo que é a Igreja” (Cl 1,24). E noutro lugar: “Estou cheio de consolação, e transbordo de alegria no meio de todas as nossas tribulações” (2 Cor 7,4).
... sem a menor consolação Cristo Nosso Senhor não quis, todavia, temperar com nenhum alivio o cálice que bebeu, no amargo transe da Paixão (Mt 26,39; Sl 68,21; 141,5; Lc 22,42). Tendo assumido a natureza humana, fê-la sentir todos os tormentos, como se Ele fora puro homem, que não Deus ao mesmo tempo.
Podemos a partir disso, guiar nossa meditação da Paixão de Nosso Senhor, principalmente ao lermos a narração nos Evangelhos, meditando no Santo Rosário, na Via Sacra, etc...
Quanto aos Frutos da Paixão de Nosso Senhor, o Catecismo nos traz:
Frutos da Paixão:
1. Livra-nos do pecado Agora, resta apenas que o pároco exponha cuidadosamente as graças e frutos, que recebemos da Paixão de Nosso Senhor.
Em primeiro lugar, a Paixão do Senhor livrou-nos do pecado, conforme o declara São João: “Amou-nos, e no Seu Sangue nos lavou de nossos pecados” (Ap 1,5). E o Apóstolo diz também: “[Deus] vos fez reviver com Ele, perdoou-vos todos os pecados, cancelando e pregando na cruz o título de condenação que contra nós fora lavrado” (Cl 2,13-14).
2. livra-nos do demônio Em segundo lugar, livrou-nos da tirania do demônio. O Senhor mesmo disse: “Eis chegado o julgamento do mundo. O príncipe deste mundo será expulso agora. E Eu atrairei tudo a mim, quando for elevado da terra” (Jo 12,31-32).
3. satisfaz pelas penas do pecado Em terceiro lugar, satisfez a penas devida pelos nossos pecados (Rm 5,10; 2 Cor 5,19).
4. reconcilia-nos com Deus Em quarto lugar, como não se podia oferecer outro sacrifício mais agradável e mais bem aceito aos olhas de Deus, reconciliou-nos como Pai (Rm 5,10; 2 Cor 5,19), a quem aplacou e tornou propício para conosco.
5. abre-nos o céu Finalmente, destruindo o pecado, franqueou-nos a entrada para o céu, à qual punha embargo a culpa comum do gênero humano. É o que o Apóstolo nos dá a entender com as palavras: “Em virtude do Sangue de Cristo, temos a confiança de entrar no Santo dos Santos” (Hb 10,19)
Na Antiga Aliança, não faltava uma figura deste mistério. Assim, por exemplo, aqueles proscritos, aos quais era defeso repatriar-se antes da morte do sumo sacerdote (Nm 30,25), eram uma figura dos justos que, apesar de sua justiça e santidade, não podiam transpor o limiar da Pátria Celestial, antes da Morte de Jesus Cristo, o Sumo e Eterno Sacerdote (Hb 9,11ss). Logo que Cristo a sofreu, as portas do céu de pronto se abriram a todos os que, purificados pelos Sacramentos, possuídos de fé, esperança e caridade, se tornaram participantes de Sua Paixão.
Valor da Paixão:
1. Satisfação cabal O pároco demonstrará que todos estes dons divinos nos advêm da Paixão de Nosso Senhor. Em primeiro lugar, porque Sua Morte é uma satisfação cabal, e em todos os sentidos perfeita, que Jesus Cristo rendeu a Deus Padre pelos nossos pecados, de uma maneira toda particular. O resgate que pagou em nosso lugar, não só igualava com a nossa dívida, mas era-lhe até muito superior (Rm 5,19-21).
2. Sacrifício agradável a Deus Em segundo lugar, por ter sido infinitamente agradável a Deus o sacrifício que o Filho Lhe ofereceu no altar da Cruz, e pelo qual abrandou inteiramente a cólera e indignação do Pai. Esta é a convicção do Apóstolo, quando nos afirma: “Cristo amou-nos, e por nosso amor Se entregou a Si mesmo, como vítima de suave odor para Deus” (Ef 5,2).
3. Resgate inigualável Em terceiro lugar, por ter sido o preço de nossa Redenção, conforme as palavras do Príncipe dos Apóstolos: “Fostes resgatados de vossa vida frívola, que herdastes de vossos pais, não a preço de coisas perecíveis, como o são ouro e prata; mas, pelo precioso Sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha nem defeito” (1 Pd 1,18). E o Apóstolo ensina [por sua vez]: “Cristo nos livrou da maldição da Lei, tornando-Se Ele mesmo maldição por nossa causa” (Gl 3,13).
4. Exemplo de virtudes A par destes imensos benefícios, recebemos ainda outro que de todos é talvez o maior. Naquele padecimento se descobrem os mais brilhantes exemplos de todas as virtudes: paciência, humildade, exímia caridade, mansidão, obediência; máxima constância, não só para sofrer dores, mas até para arrostar a própria morte, por amor da justiça. Disso nos faz [Cristo] tal demonstração, que na verdade podemos dizer: Num só dia de sofrimento, Nosso Salvador encarnou em Si mesmo todas as normas de virtude, que de boca nos havia ensinado, durante todo o tempo de Sua pregação.
Última aplicação Eis, em poucas palavras, o que importa saber da salutar Paixão e Morte de Cristo Nosso Senhor. Oxalá possamos sempre meditar estes mistérios no fundo do coração, para aprendermos a sofrer, morrer e sepultar-nos com Nosso Senhor. Se nos purificarmos então de toda mancha de pecado, e ressurgirmos com Ele para uma vida nova, seremos um dia, por Sua graça e misericórdia, dignos de ter parte na glória do Reino celestial (Cl 3,1-4).
Podemos a partir disso, guiar nossa meditação da Paixão de Nosso Senhor, principalmente ao lermos a narração nos Evangelhos, meditando no Santo Rosário, na Via Sacra, etc...
Quanto aos Frutos da Paixão de Nosso Senhor, o Catecismo nos traz:
Frutos da Paixão:
1. Livra-nos do pecado Agora, resta apenas que o pároco exponha cuidadosamente as graças e frutos, que recebemos da Paixão de Nosso Senhor.
Em primeiro lugar, a Paixão do Senhor livrou-nos do pecado, conforme o declara São João: “Amou-nos, e no Seu Sangue nos lavou de nossos pecados” (Ap 1,5). E o Apóstolo diz também: “[Deus] vos fez reviver com Ele, perdoou-vos todos os pecados, cancelando e pregando na cruz o título de condenação que contra nós fora lavrado” (Cl 2,13-14).
2. livra-nos do demônio Em segundo lugar, livrou-nos da tirania do demônio. O Senhor mesmo disse: “Eis chegado o julgamento do mundo. O príncipe deste mundo será expulso agora. E Eu atrairei tudo a mim, quando for elevado da terra” (Jo 12,31-32).
3. satisfaz pelas penas do pecado Em terceiro lugar, satisfez a penas devida pelos nossos pecados (Rm 5,10; 2 Cor 5,19).
4. reconcilia-nos com Deus Em quarto lugar, como não se podia oferecer outro sacrifício mais agradável e mais bem aceito aos olhas de Deus, reconciliou-nos como Pai (Rm 5,10; 2 Cor 5,19), a quem aplacou e tornou propício para conosco.
5. abre-nos o céu Finalmente, destruindo o pecado, franqueou-nos a entrada para o céu, à qual punha embargo a culpa comum do gênero humano. É o que o Apóstolo nos dá a entender com as palavras: “Em virtude do Sangue de Cristo, temos a confiança de entrar no Santo dos Santos” (Hb 10,19)
Na Antiga Aliança, não faltava uma figura deste mistério. Assim, por exemplo, aqueles proscritos, aos quais era defeso repatriar-se antes da morte do sumo sacerdote (Nm 30,25), eram uma figura dos justos que, apesar de sua justiça e santidade, não podiam transpor o limiar da Pátria Celestial, antes da Morte de Jesus Cristo, o Sumo e Eterno Sacerdote (Hb 9,11ss). Logo que Cristo a sofreu, as portas do céu de pronto se abriram a todos os que, purificados pelos Sacramentos, possuídos de fé, esperança e caridade, se tornaram participantes de Sua Paixão.
Valor da Paixão:
1. Satisfação cabal O pároco demonstrará que todos estes dons divinos nos advêm da Paixão de Nosso Senhor. Em primeiro lugar, porque Sua Morte é uma satisfação cabal, e em todos os sentidos perfeita, que Jesus Cristo rendeu a Deus Padre pelos nossos pecados, de uma maneira toda particular. O resgate que pagou em nosso lugar, não só igualava com a nossa dívida, mas era-lhe até muito superior (Rm 5,19-21).
2. Sacrifício agradável a Deus Em segundo lugar, por ter sido infinitamente agradável a Deus o sacrifício que o Filho Lhe ofereceu no altar da Cruz, e pelo qual abrandou inteiramente a cólera e indignação do Pai. Esta é a convicção do Apóstolo, quando nos afirma: “Cristo amou-nos, e por nosso amor Se entregou a Si mesmo, como vítima de suave odor para Deus” (Ef 5,2).
3. Resgate inigualável Em terceiro lugar, por ter sido o preço de nossa Redenção, conforme as palavras do Príncipe dos Apóstolos: “Fostes resgatados de vossa vida frívola, que herdastes de vossos pais, não a preço de coisas perecíveis, como o são ouro e prata; mas, pelo precioso Sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha nem defeito” (1 Pd 1,18). E o Apóstolo ensina [por sua vez]: “Cristo nos livrou da maldição da Lei, tornando-Se Ele mesmo maldição por nossa causa” (Gl 3,13).
4. Exemplo de virtudes A par destes imensos benefícios, recebemos ainda outro que de todos é talvez o maior. Naquele padecimento se descobrem os mais brilhantes exemplos de todas as virtudes: paciência, humildade, exímia caridade, mansidão, obediência; máxima constância, não só para sofrer dores, mas até para arrostar a própria morte, por amor da justiça. Disso nos faz [Cristo] tal demonstração, que na verdade podemos dizer: Num só dia de sofrimento, Nosso Salvador encarnou em Si mesmo todas as normas de virtude, que de boca nos havia ensinado, durante todo o tempo de Sua pregação.
Última aplicação Eis, em poucas palavras, o que importa saber da salutar Paixão e Morte de Cristo Nosso Senhor. Oxalá possamos sempre meditar estes mistérios no fundo do coração, para aprendermos a sofrer, morrer e sepultar-nos com Nosso Senhor. Se nos purificarmos então de toda mancha de pecado, e ressurgirmos com Ele para uma vida nova, seremos um dia, por Sua graça e misericórdia, dignos de ter parte na glória do Reino celestial (Cl 3,1-4).
Aqui encerramos mais um artigo do Credo. No próximo falaremos do quinto artigo: Desceu aos infernos, ao terceiro dia ressurgiu dos
mortos.