quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Do oitavo artigo do “Credo”: creio no Espírito Santo



    “Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente veio do céu um ruído, como de um vento impetuoso, que encheu toda a casa em que estavam sentados. Viram aparecer, então, uma espécie de línguas de fogo, que se repartiram e foram pousar sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.


    Ora, em Jerusalém moravam judeus, homens piedosos, de todas as nações que há debaixo do céu. Ouvindo aquele ruído, acorreu muita gente e se maravilhava de que cada um os ouvisse falar em sua própria língua. Profundamente impressionados, manifestavam sua admiração e diziam: “Estes que estão falando não são todos galileus? Como, então, todos nós os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? Partos, medos, elamitas, os que habitam a Mesopotâmia, a Judéia, a Capadócia, o Ponto, a Ásia, a Frígia, a Panfília, o Egito e as províncias da Líbia, próximas de Cirene, peregrinos romanos, judeus ou convertidos ao judaísmo, cretenses e árabes – todos os ouvimos falar as grandezas de Deus em nossas próprias línguas. Atônitos e fora de si, diziam uns para os outros: “O que quer dizer isso?” Outros, zombando, diziam: “Eles estão cheios de vinho”.


Atos 2, 1-13


130) Que nos ensina o oitavo artigo do Credo: creio no Espírito Santo?
O oitavo artigo elo Credo ensina-nos que existe o Espírito Santo, terceira Pessoa da Santíssima Trindade, e que Ele é Deus eterno, infinito, onipotente, Criador e Senhor de todas as coisas, como o Padre e o Filho.


Sentido e importância do Artigo

“Com o vagar que exigia a natureza do assunto, expusemos até agora as verdades referentes à Primeira e à Segunda Pessoas da Santíssima Trindade. Atualmente, resta ainda explicar o que no Símbolo se contém a respeito da Terceira Pessoa, que é o Espírito Santo.

Na explicação desta matéria, devem os pastores esforçar-se com todo o interesse, porque o cristão não pode, tampouco, ignorar esta parte do Símbolo, nem ter dela uma noção menos exata que dos Artigos anteriores.

1. Necessidade de conhecer o Espírito Santo:        Por isso, o Apóstolo não tolerou que alguns dos Efésios ignorassem a Pessoa do Espírito Santo. Quando lhes perguntou se tinham recebido o Espírito Santo, eles responderam que nem sabiam sequer da existência do Espírito Santo. Então [logo] se informou: “Em que Batismo, pois, fostes vós batizados?” (At 19,2ss). Com tais palavras, deu a entender a absoluta necessidade de terem os fiéis uma noção clara do presente Artigo.

2. Fruto desse conhecimento:        Quando os cristãos meditam seriamente que, por mercê e dádiva do Espírito Santo, receberam tudo quanto possuem (1Cor 12,3-4), o primeiro fruto de tal conhecimento é começarem a ter de si mesmos uma opinião mais modesta e humilde, e a pôr toda a sua esperança no auxílio de Deus. Este deve ser o primeiro passo do cristão para as alturas da sabedoria e da felicidade.” (Catecismo Rom., Parte I, Cap. IX, §1).


131) De quem procede o Espírito Santo?
O Espírito Santo procede do Padre e do Filho como de um só princípio, por via de vontade e de amor.

132) Se o Filho procede do Padre, e o Espírito Santo procede do Padre e do Filho, parece que o Padre e o Filho existem antes do Espírito Santo. Como então se diz que são eternas todas as três Pessoas divinas?
Diz-se que são eternas todas as três Pessoas divinas, porque o Padre gerou o Filho desde toda a eternidade, e do Padre e do Filho procede o Espírito Santo, também desde toda a eternidade.


Verdadeiro Deus, igual ao Padre e ao Filho

“Dada a explicação dos termos, deve o povo aprender, em primeiro lugar, que o Espírito Santo é Deus, como o Padre e o Filho, igual a Eles, da mesma onipotência, da mesma eternidade, de suma bondade, de infinita sabedoria, da mesma natureza que a do Padre e do Filho.

Esta igualdade é bem expressa pela partícula “em”, quando dizemos: “Creio no Espírito Santo”. Colocamo-la junto ao nome de cada Pessoa da Santíssima Trindade para exprimir a extensão de nossa fé.

Provas na Escritura

a) Atos dos Apóstolos...        Ora, esta doutrina é também corroborada por evidentes testemunhos da Sagrada Escritura. São Pedro disse, nos Atos dos Apóstolos: “Ananias, por que tentou Satanás o teu coração para mentires ao Espírito Santo?” - e logo acrescentou: “Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At 5,3-4). Sem demora designou, como Deus, Aquele que antes chamara “Espírito Santo”.

b) São Paulo...        Na epístola aos Coríntios, o Apóstolo se referia ao Espírito Santo, quando falou d'Aquele que era Deus. “Há diversas operações, diz ele, mas é o mesmo Deus que tudo opera em todos”. E pouco depois acrescentou: “Mas, todas estas coisas são obras de um só e mesmo Espírito, que as distribui a cada um, como é de Seu agrado” (1 Cor 12,6-11).

De mais a mais, nos Atos dos Apóstolos, [São Paulo] atribui ao Espírito Santo o que os Profetas atribuíam unicamente a Deus.

c) Isaías...        Isaías havia declarado: “Ouvi a voz do Senhor que dizia: Quem hei de enviar? E falou-me: Vai, e dirás a este povo: Obceca o coração deste povo, endurece-lhe os ouvidos, e cerra-lhe os olhos, para que não aconteça verem com os próprios olhos, e ouvirem com os próprios ouvidos” (cf. Is 6,8-10).

O Apóstolo cita estas palavras, e comenta: “Bem falou o Espírito Santo pela boca do profeta Isaías” (At 28,25).

d) a fórmula do Batismo.        Não há como duvidar da verdade deste Mistério, já que a Escritura põe na mesma plana a pessoa do Espírito Santo com o Padre e o Filho; quando ordena, por exemplo, empregar no Batismo o nome do Padre, e do Filho, e do Espírito Santo (Mt 28,19). Realmente, se o Padre é Deus, e o Filho é Deus, força nos é confessar que o Espírito Santo também é Deus, pois que Lhes fica ligado pelo mesmo grau de dignidade.

Uma prova a mais é que nenhum fruto se pode tirar do Batismo que fosse conferido em nome de alguma criatura. “Porventura fostes vós batizados em nome de Paulo?” (1 Cor 1,13) pergunta o Apóstolo, a fim de mostrar que tal Batismo de nada lhes adiantaria para a salvação. Portanto, uma vez que nos batizamos em nome do Espírito Santo, cumpre confessar que Ele é Deus.

e) São João... Doxologia Litúrgica        Esta justaposição das três Pessoas, pela qual se demonstra a divindade do Espírito Santo, podemos averiguá-la, quer na epístola de São João: “Três são os que no céu dão testemunho: o Pai, o Filho, e o Espírito Santo, e estes três são um só” (1 Jo 5,7); - quer naquela gloriosa aclamação da Trindade Santíssima, que remata o Oficio Divino e os Salmos: “Glória ao Padre, e ao Filho, e ao Espírito Santo”.

f) aplicação de tributos divinos        Afinal, uma grande confirmação desta verdade é que as Escrituras aplicam ao Espírito Santo todos os atributos que a fé nos ensina serem próprios de Deus.

Reconhece-Lhe a honra dos templos, quando por exemplo o Apóslolo declara: “Ignorais, talvez que vossos membros são templos do Espírito Santo?” (1 Cor 6,19).

Atribuem-Lhe também as operações de “santificar” (2 Ts 2,12; 1 Pd 1,2), de “vivificar” (Jo 6,64), de “penetrar os arcanos de Deus” (1 Cor 2,10), de “falar pela boca dos Profetas” (2 Pd 1,21), de “estar em toda a parte” (Sl 138,7; Sb 1,7). Tudo isto só pode enunciar-se com relação à Majestade Divina.” (Catecismo Rom., Parte I, Cap. IX, §4).

Terceira Pessoa da Santíssima Trindade

“Com a devida atenção, é preciso ainda explicar aos fiéis que o Espírito Santo é Deus, mas que devemos confessá-l'O como Terceira Pessoa [da Santíssima Trindade], distinta do Padre e do Filho, dentro da natureza divina, e produzida pela vontade [de um e de outro].

Sem alegar outros argumentos da Escritura, a fórmula de Batismo, ensinada por Nosso Redentor, mostra com evidência que o Espírito Santo é a Terceira Pessoa, que subsiste por Si mesma na natureza divina, [inteiramente] distinta de ambas as outras Pessoas.

Assim o declara também o Apóstolo na saudação: “A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, e a caridade de Deus, e a comunhão do Espírito Santo, seja com todos vós. Amém!” (2 Cor 13,13).

A doutrina de Nicéia-Constantinopla
a) o “Senhor”        Prova de maior evidência ainda é o acréscimo, que a este Artigo fizeram os Padres do Primeiro Concílio de Constantinopla (convocado em 381), para rebaterem o ímpio desatino de Macedônio: [creio] no Espírito Santo, [que também é] Senhor, e dá vida; o qual procede do Padre e do Filho; o qual, com o Padre e o Filho, é juntamente adorado e glorificado; [e] foi quem falou pelos Profetas”.

Ora, confessando que o Espírito Santo é Senhor, [os Padres do Concílio] declaram-n'O infinitamente superior aos Anjos, não obstante serem estes criados por Deus como os espíritos mais perfeitos. No sentir de São Paulo, os Anjos são, “todos eles, espíritos servidores, enviados a servir, em benefício daqueles que conseguem a herança da salvação” (Hb 1,14).

b) o “Vivificador”        Chamam-Lhe, porém, “Vivificador”, porque a alma tira da união com Deus uma vida mais intensa, do que o sustento e a conservação, que o corpo aufere de sua união com a alma. Como a Escritura atribui ao Espírito Santo esta união da alma com Deus (Rm 8,9ss), é claro que de pleno direito seja chamado o “Vivificador”.

c) “procedente” do Padre e do Filho        Seguem-se [no Símbolo de Constantinopla] as palavras: “O qual procede do Padre e do Filho”. Como explicação, cumpre pois ensinar aos fiéis que o Espírito Santo procede do Padre e do Filho como de uma origem única, numa eterna processão. Assim no-lo propõe a crer o cânon de fé da Igreja, do qual não pode o cristão apartar-se; e assim o confirma a autoridade da Escritura e dos Concílios.

Corolários:

1. O Espírito de Cristo        Cristo Nosso Senhor disse, numa ocasião que falava do Espírito Santo: “Ele Me glorificará, porque há de tomar do que é Meu” (Jo 16,14).

A mesma verdade se releva do fato de que, nas Escrituras, o Espírito Santo é chamado, ora “Espírito de Cristo” (At 16,7), ora “Espírito do Pai” (Rm 8,9; At 8,39). Ora se diz que é enviado pelo Pai (At 2,17ss; Mt 10,20; Jo 14,26; Gl 4,6), ora pelo Filho (Jo 15,26; 16,7), para mostrar, com bastante clareza, que tanto procede do Pai, como do Filho.

Diz São Paulo: “Quem não possui o Espírito de Cristo, esse Lhe não pertence” (Rm 8,9). Escrevendo aos Gálatas, o mesmo Apóstolo chama-Lhe Espírito de Cristo: “Enviou Deus a vossos corações o Espírito de Seu Filho, que clama: Abba, Pai!” Gl 4,6.

2. O Espírito do Pai        No Evangelho de São Mateus, é chamado “Espírito do Pai”: “Não sois vós quem fala, mas o Espírito de vosso Pai” (Mt 10,20). Na última Ceia, Nosso Senhor explicou-Se assim: “O Consolador que Eu vos hei de enviar, o Espírito da verdade, que do Pai procede, Ele dará testemunho de Mim” (Jo 15,26). Noutra parte, afirma que o mesmo Espírito Santo será enviado pelo Pai: “[O Espírito Santo] que o Pai há de enviar em Meu nome” (Jo 14,26). Ora, tal linguagem se refere à processão do Espírito Santo; mostra, pois, claramente, que o Mesmo procede de ambos, [Pai e Filho].

São estes os pontos que se devem ensinar, com referência à Pessoa do Espírito Santo.” (Catecismo Rom., Parte I, Cap. IX, §5).


133) Por que a terceira Pessoa da Santíssima Trindade se designa particularmente com o nome de Espírito Santo?
Designa-se a terceira Pessoa da Santíssima Trindade particularmente com o nome de Espírito Santo, porque procede do Padre e do Filho por meio de expiração e de amor.


A Pessoa do Espírito Santo

Nome:        “A exposição do Artigo deve começar pelo sentido que, neste lugar, se dá ao termo “Espírito Santo”. Com toda a propriedade, é atribuído o mesmo nome ao Padre e ao Filho, pois que ambos são “Espírito” (Jo 4,24; 2 Cor 3,17) e “Santo” (Is 6,3; Ap 4,8); e que, de nossa parte, confessamos que Deus é um [puro] espírito. Além disso, aplicamos a mesma designação aos Anjos (Sl 103,4; Hb 1,7) e às almas dos justos (Sl 145,4; Ecles 12,7). Portanto, é preciso atender que o povo não caia em erro, pela ambiguidade de expressão.

Significação, Testemunhos bíblicos:        Devemos ensinar que, neste Artigo, o nome de “Espírito Santo” indica a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, conforme o sentido que ocorre nas Sagradas Escrituras, algumas vezes no Antigo, e com frequência em o Novo Testamento.

Assim rezava David: “E não tireis de mim o Vosso Espírito Santo!” (Sl 50,13). No Livro da Sabedoria lemos a passagem: “Quem conhecerá os Vossos desígnios, se Vós lhe não derdes a sabedoria, e das maiores alturas lhe não enviardes o Vosso Santo Espírito?” (Sb 9,17). E noutro lugar: “Ele próprio a criou [a sabedoria] no Espírito Santo” (Ecles 1,9).

Em o Novo Testamento, recebemos ordem de sermos batizados “em nome do Padre, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28,19). Lemos também que a Santíssima Virgem “concebeu do Espírito Santo” (Lc 1,35; Mt 1,18-20). São João [Batista] envia-nos a Cristo, que “nos batiza no Espírito Santo”. Quando lemos as Escrituras, depara-se-nos a mesma expressão em muitos outros lugares.” (Catecismo Rom., Parte I, Cap. IX, §2).

Nome comum...        “Ninguém deve estranhar que à Terceira Pessoa se não conferisse nome próprio, como foi dado à Primeira e à Segunda.

Tem nome próprio a Segunda Pessoa, e chama-se Filho, porque Sua eterna origem do Pai se diz propriamente “geração”. Isto foi explicado nos Artigos anteriores. Por conseguinte, como aquela origem é designada pelo nome de geração, assim damos o Nome próprio de Filho à Pessoa que descende, e de Pai à Pessoa da qual descende.

Como não se pôs designação particular à origem da Terceira Pessoa, mas veio a chamar-se sopro ou processão, segue-se que a Pessoa [assim] produzida não leva nome próprio.

... motivo de não haver nome próprio        A razão de não haver nome próprio para a origem do Espírito Santo, é porque somos obrigados a tirar das coisas criadas os nomes que se atribuem a Deus. Ora, nas criaturas não conhecemos outra maneira de comunicar natureza e essência, senão a que se opera em virtude da geração. Daí nos falta a possibilidade de exprimir, em termo adequado, como Deus Se comunica inteiramente a Si próprio pela força do amor. Este é o motivo de chamarmos a Terceira Pessoa pelo nome comum de “Espírito Santo”.

Apesar disso, reconhecemos que o nome Lhe vai com propriedade; porque é o Espírito Santo que nos infunde a vida espiritual, e, sem o sopro de Seu poder santíssimo, nada logramos fazer que seja digno da vida eterna.” (Catecismo Rom., Parte I, Cap. IX, §3).


134) Que obra se atribui especialmente ao Espírito Santo?
Ao Espírito Santo atribui-se especialmente a santificação das almas.

135) O Padre e o Filho santificam-nos também, como o Espírito Santo?
Sim, todas as três Pessoas divinas nos santificam igualmente.

136) Se é assim, por que atribui-se ao Espírito Santo a santificação das almas?
Atribui-se em particular ao Espírito Santo a santificação das almas, porque é obra de amor, e as obras de amor atribuem-se ao Espírito Santo.


Efeitos do Espírito Santo

1. Operações em geral:

“É preciso ainda ensinar que existem certos efeitos sublimes, e certos dons preciosos que são próprios do Espírito Santo, e d'Ele nascem e se derivam, como de uma fonte inexaurível de bondade.

Ainda que as operações exteriores da Santíssima Trindade são comuns às três Pessoas, muitas delas se atribuem de modo particular ao Espírito Santo, para entendermos que partem do infinito amor de Deus para conosco. Já que o Espírito Santo procede da vontade divina, enquanto abrasada de amor, é óbvio que as operações, atribuídas de modo particular ao Espírito Santo, promanam do soberano amor de Deus para conosco.

Por isso é que o Espírito Santo se chama “dom” [por excelência]: conceito que exprime uma doação, feita por benevolência, a título gratuito, sem nenhum interesse de retribuição. Sendo assim, devemos reconhecer, com piedosa gratidão, que os bens e benefícios que de Deus temos recebido. Se o Apóstolo pergunta: “Que temos nós, que de Deus não tenhamos recebido?” (1 Cor 4,7) - todos eles nos foram concedidos por mercê e graça do Espírito Santo.” (Catecismo Rom., Parte I, Cap. IX, §7).

2. Operações em particular:

Vivificação espiritual, distribuição de dons        “Há, porém, várias operações do Espírito Santo. Sem realçar aqui a criação do mundo, a propagação e a direção dos seres criados - assunto que já foi tratado no Artigo primeiro - acabamos de ver, há pouco, que ao Espírito Santo se atribui de modo peculiar a vivificação, conforme o atesta o vidente Ezequiel: “Dar-vos-ei o Espírito, e vós vivereis” (Ez 37,6).

Ora, os efeitos principais e mais próprios do Espírito Santo, o Profeta [Isaías] os enumera: “O Espírito de sabedoria e inteligência, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de ciência e de piedade, e o Espírito do temor de Deus” (Is 11,2-3; São Paulo fala do frutos do Espírito Santo em Gl 6,2).

Corolário:

Advertência de Santo Agostinho        Estes efeitos se chamam dons do Espírito Santo, e por vezes levam até o nome de Espírito Santo. Por conseguinte, quando ocorre nas Escrituras o nome de “Espírito Santo”, é com muita prudência que Santo Agostinho nos manda averiguar, se designa a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, ou apenas Seus dons e operações. Estes dois sentidos diferem tanto entre si, quanto cremos que o Criador difere das coisas criadas.

São estes os pontos que exigem maior cuidado na explicação, pois que pelos dons do Espírito Santo chegamos a conhecer as normas da vida cristã, e por eles podemos verificar se em nós habita o [próprio] Espírito Santo.

Infusão da graça santificante        Entre todos os mais dons de Sua liberalidade, devemos enaltecer a graça de justificação, porquanto nos assinala com o “prometido Espírito Santo, que é o penhor de nossa herança” (Ef 1,13-14).

Esta é a graça que, num elo íntimo de amor, une nossa alma a Deus. Tem por efeito que, movidos por intenso ardor de piedade, começamos vida nova; e que, “participando da natureza divina” (2 Pd 1,4), “recebemos o nome de filhos de Deus, e o somos na realidade” (1 Jo 3,1).” (Catecismo Rom., Parte I, Cap. IX, §8).


137) Quando o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos?
O Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos no dia de Pentecostes, isto é, cinquenta dias depois da Ressurreição de Jesus Cristo, e dez dias depois da sua Ascensão.

138) Onde ficaram os Apóstolos nos dez dias antes da festa de Pentecostes?
Os Apóstolos ficaram reunidos no Cenáculo em companhia da Virgem Maria e dos outros discípulos, e perseveravam na oração esperando o Espírito Santo que Jesus lhes havia prometido.
 
139) Quais foram os efeitos que o Espírito Santo produziu nos Apóstolos?
O Espírito Santo confirmou na fé os Apóstolos, encheu-os de luzes, de forças, de caridade e da abundância de todos os seus dons.

140) Foi enviado o Espírito Santo só aos Apóstolos?
O Espírito Santo foi enviado a toda a Igreja e a todas as almas fiéis.

141) Que opera o Espírito Santo na Igreja?
O Espírito Santo, como a alma no corpo, vivifica a Igreja com a sua graça e com os seus dons; estabelece nEla o reino da verdade e do amor; e assiste-Lhe a fim de que oriente os seus filhos com firmeza no caminho do Céu.


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